OPÇÕES DE
ACESSIBILIDADE

PATRIMôNIO EM Beira Serra da Estrela

Museu dos lanifícios

Museu dos lanifícios

O Museu da Lã da Universidade da Beira Interior foi criado em 1989 com o propósito de salvaguardar a área de tinturaria da Real Fábrica de Paños, indústria estatal fundada pelo Marquês de Pombal em 1764.
Sempre com o mote “os fios do passado a tecer o futuro”, a missão deste museu é a conservação activa do património industrial têxtil e a investigação e divulgação de tecnologias associadas ao processo de industrialização da lã no território da Beira Interior, cuja matriz é a Serra da Estrela e o centro histórico da Covilhã.
Pela singularidade, autenticidade e exemplaridade dos testemunhos preservados no Museu da Lã, é possível compreender melhor uma das mais antigas indústrias, a da lã, que passou a afirmar-se como puro ato de sobrevivência da espécie. foi assumindo, ao longo dos anos, uma crescente qualidade e expressão técnico-artística, que tem acompanhado o desenvolvimento das nossas sociedades até à data.
Atualmente, o Museu da Lã é um museu multifuncional que integra os seguintes núcleos:
Fábrica de Pano Real
Classificados como bens de interesse público, os antigos corantes pombalinos reconstituem os processos de fabrico de fabrico e tingimento dos tecidos de lã mais utilizados em Portugal, no final do século XVIII.
Ramblas de Sol
Núcleo externo, composto por um conjunto de passadeiras usadas para secar e esticar tecidos de lã ao ar livre após a lavagem, pisar ou tingir, e um espalhador para espalhar e secar ao sol a lã crua após a lavagem.
Real Fábrica Veiga / Centro de Interpretação da Lã
A Real Fábrica Veiga foi a sede de uma fábrica de lanifícios fundada em 1764 na Covilhã por José Mendes Veiga a partir de uma tinturaria situada junto à Real Fábrica de Paños, que conserva ainda uma parte importante das fachadas primitivas e algumas estruturas arqueológicas preservadas in situ.
Através de um importante acervo de máquinas, equipamentos e utensílios, documentos, matérias-primas e produtos têxteis, apresentamos a evolução tecnológica ocorrida na lã nos séculos XIX e XX. A questão das fontes de energia, como a roda d'água e a máquina a vapor, também é abordada.
Este núcleo alberga também o Centro de Documentação / Arquivo Histórico de Lana e afirma-se como centro de interpretação da rota turística peninsular Rota de la Lana-TRANSLANA.
Através do percurso Lana-TRANSLANA, o Museu da Lã exige um novo olhar para as evidências de campo associadas à cultura da lã no interior da Beira. Tendo a lã como guia, propõe percursos culturais através do património industrial, percursos de transumância e seguindo o itinerário peninsular. ”

Muralhas e Castelo de Trancoso

Muralhas e Castelo de Trancoso

A muralha de desenho irregular e a cidadela do castelo encontram-se em bom estado de conservação até aos dias de hoje, facto que também contribui para o ambiente medieval de Trancoso.
Segundo dados históricos, o castelo já existia no s. X, mas só passou para território português em 1160, quando foi definitivamente conquistada aos árabes pelo primeiro rei de Portugal, Afonso Henriques. Trancoso sendo um ponto estratégico na defesa da fronteira, foi alvo de várias obras de melhoramento e reforço ao longo dos séculos. A mais significativa foi a de D. Dinis, em 1282, que mandou construir a muralha.
Pode-se entrar na aldeia passando por uma das quatro entradas na parede: a Puerta d'El Rei a Sudoeste, a Puerta del Prado ao Noroeste e, ao norte, as Portas de Carvalho e de la Traição.
A porta de El Rei, a mais imponente e principal entrada de Trancoso, é assim chamada em referência às obras que Dinis encomendou no s. XIII, cujo brasão podemos ver na parte superior, bem como os do município. Entre as várias torres existentes, quatro na parede e sete na cidadela, a mais importante é a torre de menagem. De construção moçárabe de planta quadrada, apresenta uma configuração estranha à medida que o corpo se estreita para o topo onde termina em ameias. Em uma das torres estão as ruínas da Capela de Santa Bárbara.
Do lado Nordeste, o castelo atinge o ponto mais alto da planície onde se encontra, 875 metros acima do nível do mar, constituindo um excelente miradouro sobre a envolvente. No horizonte avistamos a Serra da Estrela ao sul, a Marofa ao oeste e a serra de Penedono ao norte.

Castelo de Sortelha

Castelo de Sortelha

O Castelo está classificado como Monumento Nacional desde 1910. A sua localização geográfica permite controlar o vale. É possível que houvesse um forte pré-romano no local. Na Idade Média, o repovoamento da área deu-se no século XII com D. Sancho I. Em 1228, D. Sancho II concedeu-lhe foral e nessa altura foi construído o castelo. Corresponde a um castelo de pedra românico-gótico, com intervenção específica no estilo manuelino. As paredes foram construídas com base na técnica de construção que consistia em levantar duas paredes fortes e paralelas que posteriormente foram preenchidas com pedra grossa e cascalho. A cidadela encontra-se fora do perímetro amuralhado, a sul deste, com uma torre de menagem quadrada no centro do recinto. Apresenta apenas uma abertura para sul (portal em arco semicircular), três lacunas e ameias retangulares. Possui ainda duas portas: a Porta do Castelo e a Porta Falsa. O primeiro apresenta uma varanda com machados e, junto a ela, as armas reais de D. Manuel I com esferas armilares. Tradicionalmente, esta varanda é conhecida como Balcón de Pilato. O perímetro amuralhado da vila apresenta uma planta oval irregular. A parede repousa, em vários pontos, diretamente sobre o afloramento rochoso e não possui ameias. Tem quatro portas que permitem a ligação com o exterior: Puerta de la Villa ou Puerta del Ayuntamiento, Puerta Nueva, Puerta Falsa e outra Porta Falsa junto ao castelo. Existe também outra torre, a Torre da Tocha, de planta quadrada, sem aberturas. Entre as peculiaridades do castelo, destacamos a ausência de ameias nas paredes, a torre circular no passadiço, portas com arcos pontiagudos, outras semicirculares e a "vara" ou "cotovelo" (medidas padrão) na Porta Nova. O rei mandou colocar ali essas medidas medievais antigas, a "vara" e o "côvado". Sua função era servir de referência para as feiras que aqui se realizavam. Na Época Moderna (séculos XVII-XVIII), o subúrbio começou a desenvolver-se fora da vila, inicialmente após a saída que liga ao Sabugal. Mais tarde, espalhou-se pelas encostas e afastou-se das paredes. Desenvolve-se relativamente longe do núcleo com paredes e caracteriza-se sobretudo por lotes. As tropas napoLeãoicas passaram por Sortelha e, em resultado dos combates que aqui ocorreram, dinamitaram parte da muralha do castelo. Desta forma, se estiver no Largo do Corro em frente à Puerta de la Villa, poderá ver à sua esquerda uma parte da muralha recentemente reconstruída. Este Monumento Nacional foi recentemente valorizado no contexto das Aldeias Históricas de Portugal.